13 fevereiro 2013

UM QUARTO DA POPULAÇÃO ACTIVA NO DESEMPREGO: Governo destrói pessoas e famílias


O nível atingido pela taxa de desemprego no 4º trimestre de 2012, de 16,9% segundo o INE, prova o falhanço da política do Governo e a situação de miséria para onde quer atirar milhares de portugueses. Com esta taxa foi já ultrapassada a previsão de desemprego do Governo de 16,4% para 2013 e ainda haverá muitos despedimentos se não for posto termo a esta política.

Os jovens até aos 35 anos representam 46% do total dos desempregados, sendo de 40% a taxa de desemprego dos menores de 25 anos. Cresce também o desperdício de competências. Os diplomados desempregados têm um peso de 16% e uma a taxa de desemprego de 13,4%.

Tendo em conta estes dados, conjuntamente com os inactivos disponíveis e indisponíveis, e o subemprego dos trabalhadores a tempo parcial, o desemprego real é já de cerca de 1 milhão 475 mil pessoas, tendo crescido 233 mil face ao mesmo trimestre de 2011. A taxa real de desemprego foi de 25,7% em termos globais e de 54,5% para os jovens até aos 25 anos.

O emprego teve uma quebra de 4,3% em termos homólogos, atingindo o nível mais baixo dos últimos dezassete anos. Em apenas um ano foram destruídos mais de 203 mil postos de trabalho, principalmente no último trimestre, em que se perderam 124,5 mil empregos face ao trimestre anterior.

Tendo em conta este quadro desastroso são cada vez mais os portugueses que não têm outra alternativa senão emigrar, nomeadamente os mais jovens. Apesar de não haver estatísticas de emigração disponíveis é visível, contudo, que a população total diminuiu em 68 mil pessoas entre o 4º trimestre de 2011 e o mesmo trimestre de 2012, tendo a diminuição entre os 25 e os 34 anos sido superior a 81 milhares. Muitos terão emigrado.

O Governo tem responsabilidades nesta situação por ter decidido aplicar políticas de austeridade injustas e inimigas do crescimento económico. Como resultado não só não foram criados novos postos de trabalho, quer no sector público quer no sector privado, como encerraram e foram à falência muitas empresas. Em 2012, faliram 6281 empresas[1], mais 1758 do que em 2011 e mais 2305 que em 2010. Em 2013, já entraram em Tribunal 786 processos de insolvência, quando, em 2012, até à mesma data (13 de Fevereiro), tinham entrado 659 processos e 483 em 2011.

Ao mesmo tempo, mercê das mudanças legislativas que este e os governos anteriores vêm fazendo desde 2010, retirando cada vez mais direitos aos trabalhadores e camadas desfavorecidas da população, a protecção no desemprego chega a cada vez menos desempregados. Apenas 26% do número real de desempregados tem hoje uma prestação de desemprego[2], sendo o tempo de atribuição e o seu valor cada vez objecto de mais cortes. Isto é tanto mais grave quando se sabe que o desemprego de longa duração está crescer ainda mais do que o desemprego de curta duração, tendo já um peso de 56% no desemprego total.

A 16 de Fevereiro os trabalhadores e todos os que têm sido espoliados dos seus direitos enquanto cidadãos darão a resposta necessária na Grande Manifestação Nacional exigindo que se mude de política e de governo!


[1] Segundo dados do Instituto Informador Comercial, a partir dos anúncios de acções de insolvência em Tribunal publicados no Portal Citius e em Diário da República.
[2] Média de beneficiários de prestações de desemprego entre Outubro e Novembro de 2012.

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