O nível atingido pela taxa de desemprego no
4º trimestre de 2012, de 16,9% segundo o INE, prova o falhanço da política do
Governo e a situação de miséria para onde quer atirar milhares de portugueses.
Com esta taxa foi já ultrapassada a previsão de desemprego do Governo de 16,4%
para 2013 e ainda haverá muitos despedimentos se não for posto termo a esta
política.
Os jovens até aos 35 anos representam 46% do
total dos desempregados, sendo de 40% a taxa de desemprego dos menores de 25
anos. Cresce também o desperdício de competências. Os diplomados desempregados
têm um peso de 16% e uma a taxa de desemprego de 13,4%.
Tendo em conta estes dados, conjuntamente com
os inactivos disponíveis e indisponíveis, e o subemprego dos trabalhadores a
tempo parcial, o desemprego real é já de cerca de 1 milhão 475 mil pessoas,
tendo crescido 233 mil face ao mesmo trimestre de 2011. A taxa real de
desemprego foi de 25,7% em termos globais e de 54,5% para os jovens até aos 25
anos.
O emprego teve uma quebra de 4,3% em termos
homólogos, atingindo o nível mais baixo dos últimos dezassete anos. Em apenas
um ano foram destruídos mais de 203 mil postos de trabalho, principalmente no
último trimestre, em que se perderam 124,5 mil empregos face ao trimestre
anterior.
Tendo em conta este quadro desastroso são
cada vez mais os portugueses que não têm outra alternativa senão emigrar, nomeadamente
os mais jovens. Apesar de não haver estatísticas de emigração disponíveis é
visível, contudo, que a população total diminuiu em 68 mil pessoas entre o 4º
trimestre de 2011 e o mesmo trimestre de 2012, tendo a diminuição entre os 25 e
os 34 anos sido superior a 81 milhares. Muitos terão emigrado.
O Governo tem responsabilidades nesta
situação por ter decidido aplicar políticas de austeridade injustas e inimigas
do crescimento económico. Como resultado não só não foram criados novos postos
de trabalho, quer no sector público quer no sector privado, como encerraram e
foram à falência muitas empresas. Em 2012, faliram 6281 empresas[1],
mais 1758 do que em 2011 e mais 2305 que em 2010. Em 2013, já entraram em
Tribunal 786 processos de insolvência, quando, em 2012, até à mesma data (13 de
Fevereiro), tinham entrado 659 processos e 483 em 2011.
Ao mesmo tempo, mercê das mudanças
legislativas que este e os governos anteriores vêm fazendo desde 2010,
retirando cada vez mais direitos aos trabalhadores e camadas desfavorecidas da
população, a protecção no desemprego chega a cada vez menos desempregados.
Apenas 26% do número real de desempregados tem hoje uma prestação de desemprego[2],
sendo o tempo de atribuição e o seu valor cada vez objecto de mais cortes. Isto
é tanto mais grave quando se sabe que o desemprego de longa duração está
crescer ainda mais do que o desemprego de curta duração, tendo já um peso de
56% no desemprego total.
A 16 de Fevereiro os trabalhadores e todos os
que têm sido espoliados dos seus direitos enquanto cidadãos darão a resposta
necessária na Grande Manifestação Nacional exigindo que se mude de política e
de governo!
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