CGTP CULTURA, SÉRIE II, N.º 5
ÁLVARO
CUNHAL/MANUEL TIAGO
SESSÃO
PÚBLICA DE APRESENTAÇÃO
Auditório
da CGTP-IN
21 de
Novembro de 2013
18h00
Intervenção
de Fernando Gomes
Membro
do Secretariado e da Comissão Executiva do Conselho Nacional
Departamento
de Cultura e Tempos Livres
Muito boa tarde a
todas e todos,
Em
primeiro lugar, queremos agradecer a presença de todos e todas nesta Sessão de
apresentação deste número especial do boletim CGTP Cultura: aos activistas, delegados e dirigentes das estruturas
sindicais, aos membros dos órgãos dirigentes da CGTP-IN e a todos os
funcionários sindicais.
Agradecemos,
de forma especial, a presença das personalidades, organizações e Partidos
Políticos aqui presentes.
Como
tivemos ocasião de referir, a 4 de Abril deste ano, quando apresentámos, neste
mesmo espaço, um conjunto de iniciativas que a CGTP-IN viria a promover no
âmbito do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal (alguns de vós,
provavelmente, terão assistido a essa sessão), a razão de ser destas mesmas
iniciativas residia, reside, na actualidade do pensamento de Cunhal: enquanto
defensor incansável dos direitos dos trabalhadores, pelo empenho que dedicou ao
estudo do sindicalismo, pelo seu labor enquanto intelectual que abordou a
temática da sua vida, das suas dificuldades e da sua luta, mas também pelo
combativo e corajoso antifascista que demonstrou ser.
Todas
estas são razões mais do que suficientes para que, no início de 2012 tivéssemos
considerado a oportunidade de a CGTP-IN, que é herdeira de um movimento
operário e sindical com um percurso histórico tão meritório quanto aquele que
temos o privilégio de representar, incluir no seu plano de actividades para
2013 um conjunto de iniciativas que tivessem por objectivo, precisamente,
evocar a memória de um homem que dedicou a sua vida à causa dos trabalhadores.
Estas
iniciativas incluem a reedição da intervenção que Cunhal proferiu no 25.º
aniversário da CGTP-IN, a 25 de Outubro de 1995, neste mesmo auditório, que lançámos
a 1 de Outubro passado e que poderão adquirir à saída, e a edição deste número
especial do boletim CGTP Cultura, a
razão da nossa presença aqui, hoje.
O
CGTP Cultura, recuperando aquilo que
dizíamos no seu primeiro número, é «[…] um veículo, uma forma e um meio de
levar até aos trabalhadores, filiados nos sindicatos do MSU, informações e
desafios na área da cultura, desporto e tempos livres. Este boletim destina-se,
também, à sociedade, porque chegará a muitas entidades que têm uma ligação ao
MSU que importa fortalecer e incrementar.»
Portanto, tendo em conta a natureza deste
boletim, considerámos que seria oportuno utilizar as suas páginas para evocar a
obra de Manuel Tiago. E, para o efeito, convidámos Domingos Lobo, poeta,
ensaísta, escritor, crítico literário e colaborador regular do CGTP Cultura, para coordenar este número
especial, desafiando um conjunto de autores a escreverem sobre alguns dos
aspectos mais marcantes na obra artística e literária de Manuel Tiago.
Queremos
agradecer, em nome da CGTP-IN, a colaboração especial do Domingos e de todos os
autores que contribuíram generosamente para que este número fosse possível.
Dizia Cunhal em A
arte, o artista e a sociedade que «Haja ou não a intenção de criar uma obra
de arte para a levar aos outros homens e transmitir-lhes uma mensagem, a
realidade social, em toda a sua complexa riqueza, suscita sentimentos, reacções
e ideias que estão necessariamente presentes, mesmo que silenciosas e ocultas,
no acto de criação artística. Não há obra de arte que não esteja impregnada de
significações sociais.»
Retenho duas palavras, nesta ocasião: “realidade social”
e “mensagem”.
Num momento em que a “realidade social” se apresenta
repleta de grandes dificuldades sentidas pelos trabalhadores e suas famílias, é
necessário reforçarmos a “mensagem” de esperança em torno da UNIDADE. A mudança
de políticas é possível e, como afirmou Cunhal no dia 25 de Novembro de 1995,
neste mesmo espaço, «[…] o movimento
sindical, como movimento de classe, é mais necessário que nunca.»
Muito obrigado a todos e
todas!
Álvaro Cunhal – A
arte, o artista e a sociedade. 2.ª ed. Lisboa: Editorial Caminho, 1997, p.
25.