07 março 2009

Greve das trabalhadoras do Refeitório do Hospital de Portalegre no Jornal Fonte Nova...


Adesão de 90 % - Greve no refeitório do Hospital


A última quinta-feira ficou marcada por uma greve dos funcionários do refeitório do Hospital de Portalegre. Agendada pela maioria dos trabalhadores do refeitório, cuja concessão pretende à empresa Gertal, esta greve teve como objectivo "lutar contra um conjunto de direitos dos trabalhadores que não estão a ser respeitados, nomeadamente no que diz respeito ao pagamento de horas extraordinárias, feriados, folgas trabalhadas e seguimento de turnos".

Quem o revelou foi Fernando Gomes, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, adiantando ainda que os trabalhadores exigem igualmente 50 por cento do salário diário nos Sábados e Domingos, bem como a reclassificação dos funcionários "que desempenham um conjunto de funções e que, em termos salariais, deviam receber mais". De acordo com o sindicalista, os trabalhadores mostram-se também contra as alterações unilaterais dos horários, uma vez que "as pessoas têm a sua vida estabilizada e, a qualquer momento, a entidade patronal decide mudar os horários defendendo que há acréscimo no trabalho". Revelando que, no primeiro turno, houve uma adesão de cerca de 16 trabalhadores, que representam cerca de 90 por cento dos funcionários, deixando apenas os serviços mínimos com quatro trabalhadores, Fernando Gomes entende que a culpa desta situação "é de quem gere o refeitório porque há um conjunto de direitos dos trabalhadores que não estão a ser introduzidos em condições e, mês após mês, a empresa não paga os direitos em termos salariais que os empregados têm. Esta é a última fase da luta, porque já tentámos reunir com a administração da Gertal", assegurou o sindicalista, lembrando que, em Elvas, os problemas já foram resolvidos com a empresa.

Ao longo da greve foram também distribuídos vários folhetos aos utentes do Hospital onde foi explicado os motivos da greve e, de acordo com o membro dos sindicatos, a reacção foi "positiva". "Os trabalhadores não podem deixar de exigir os seus direitos" Em jeito de conclusão, Fernando Gomes disse ainda que este "corte de direitos" dos trabalhadores se enquadra numa tentativa que as empresas em todo País têm neste momento, ou seja, "reduzir os custos do trabalho". No entanto, lembra que há caderno de encargos que as empresas têm que cumprir e que outras das exigências das trabalhadoras é o reforço dos quadros de pessoal. "Há um caderno de encargos que a empresa assinou com a administração do Hospital e que tem de cumprir. Uma das nossas próximas medidas é pedir com urgência uma reunião à administração do Hospital para nos inteirarmos dos conteúdos desse caderno e fazer com que a administração exija igualmente esse cumprimento à empresa", concluiu.

Textos: André Relvas

Artigo publicado na edição n.º 1631 de 4 de Março de 2009 do Jornal Fonte Nova

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu também estive lá, sou a de cor-de-rosa... dentro das calças do de camisa branca ;D