29 outubro 2015

MEMÓRIA E VIDA EM TEMPOS DE ABRIL: ESTÓRIAS DE LIBERDADE E DE LIBERTAÇÃO



 Aqui fica a minha intervenção:

A autora do conjunto de sete contos que compõe esta obra, que assume serem «[...] baseados em vivências, factos e acontecimentos reais [...]» (p. 17), refere-se-lhes dizendo tratar-se de «Simples memórias, retalhos da vida, individual e colectiva, de um povo em luta, que nesta obra são contadas com o modesto propósito de dar a conhecer alguns aspectos do seu passado heróico e, sobretudo, para que nunca se conte, em cante trágico, que, anulada a memória colectiva, o Povo esqueceu a sua história, perdeu a liberdade e soçobrou enquanto Nação soberana.» (p. 20).

Ora, alguns dos aspectos do passado deste povo retratados na obra passam pelas dificuldades que enfrentaram na luta pelos seus direitos em sentido lato, incluindo, naturalmente, os direitos laborais e sindicais.

Este trabalho de memória, este trabalho de divulgação desse passado, desse difícil percurso que importa ter hoje muito bem presente, tem sido também uma preocupação da CGTP-IN nos últimos anos, através do departamento de Cultura e Tempos Livres e do Centro de Arquivo e Documentação.

Um trabalho que se tem manifestado através do esforço de preservação, organização e valorização do património documental desta Central sindical e, portanto, de um património que é testemunho vivo de lutas e vitórias dos trabalhadores portugueses, mas também por intermédio das várias edições que temos vindo a editar com vista a divulgar um longo percurso de luta que em Portugal remonta, de forma mais organizada, a meados do século XIX.

Aproveito, aliás, a este propósito, para vos anunciar que no próximo mês de Janeiro apresentaremos, em Torres Novas, o livro Perfeito de Carvalho: um sindicalista da Primeira República (1908-1922), precisamente no mês em que o seu autor, o primeiro coordenador da Intersindical, Francisco Canais Rocha, completaria 86 anos.

A juntar a esta comunhão de objectivos, justifica-se a apresentação desta obra da Maria José Maurício nesta casa pelo facto de a autora ter estado ligada, durante largos anos, ao movimento sindical, tendo, inclusive, dado um importante contributo na edição da nossa última publicação: CGTP-IN: 43 anos a construir a igualdade entre mulheres e homens (1970-2013).

Votos de boas leituras!
Lisboa, 29 de Outubro de 2015

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