16 dezembro 2013

Geocaching: "Marvão - Visita ao Castelo", a minha primeira cache

No âmbito do jogo que ando a fazer, geocaching, que me obriga a andar quilómetros à procura de caches, instalei a primeira cache a 14 de Dezembro de 2013, no Castelo de Marvão, que foi aprovada pelos voluntários do Geocaching em poucas horas e que está activa desde 16 Dezembro de 2013.

Informação e agradecimentos:

A descrição desta cache, para além do Português, será feita em diversas línguas.
Agradeço ao Jorge Alberto, Jorge Rosado e Tiago Pereira a colaboração na instalação desta cache que muito valoriza o jogo.
Ao Centro Cultural de Marvão que tem feito um trabalho extraordinário na preservação e valorização do Castelo de Marvão desde que ganhou o concurso municipal para a sua gestão.

Aqui deixo o nome da cache e a sua descrição:

Marvão - Visita ao Castelo

Esta cache é destinada a divulgar o guia de visita ao Castelo de Marvão cuja responsabilidade é do Centro Cultural de Marvão.


Sentinela da Raia [síntese histórica]


Embora possa ter havido ocupações anteriores deste espaço, a fundação de Marvão está associada ao último quartel do século IX e à figura de Ibn Maruán, que durante a sua revolta contra o Emirato de Córdova se refugiou nestas terras. Aproveitando as características excepcionais do sítio, terá mandado construir este castelo, que se foi transformando e adaptando ao longo de mais de 1000 anos.


Foi uma praça fundamental durante a Reconquista, e depois de ter sido tomada aos Muçulmanos por D. Afonso Henriques e integrada no novo reino de Portugal – na segunda metade do século XII – Marvão não perdeu a sua importância. Pelo contrário, evidenciou-se como bastião essencial para o controlo e povoamento da linha de fronteira, recebendo de D. Sancho II, em 1226, o seu primeiro foral.
Finda a Reconquista cristã, a defesa continuou a fazer parte e a pautar o quotidiano da vila, sobretudo devido à constante ameaça castelhana. Para melhor garantir a protecção do país, D. Dinis mandou dotar o burgo de uma cerca urbana no início do século XIV e reforçar o seu castelo.
Por diversas vezes esta praça se destacou na defesa das fronteiras de Portugal. Importa lembrar o papel decisivo que teve, entre outros conflitos, na Guerra da Restauração (1640-1668), na Guerra da Sucessão de Espanha (1701-1715), na Guerra Fantástica (1762-1763), na Guerra das Laranjas (1801), nas Guerras Peninsulares/Invasões Francesas (1807-1811), na Guerra Civil (1832-1834) ou após a Revolta de Maria da Fonte e da Patuleia (1846-1847).
Guia de visita
Bem-vindo ao castelo de Marvão! Neste espaço pode encontrar uma fortaleza bem preservada e que guarda muita História. Venha explorá-la!
Comece a sua visita pela cisterna, junto à entrada principal do recinto. Esta é uma das maiores cisternas dos castelos portugueses, com cerca de 10 metros de altura e 46 de comprimento. Esta estrutura acumulava água para cerca de 6 meses, o que era essencial para que a vila pudesse resistir a um cerco prolongado, pois no cume do monte, a quase 900m, não existia água disponível. Este é o sítio certo para cantar a sua canção favorita, experimente!
De regresso ao exterior, avance pelo caminho principal, atravessando a 2.ª porta do primeiro recinto. Faça um desvio à direita e em frente à imponente torre da bandeira, pode ver outra entrada para a cisterna. À direita e atravessando a entrada na muralha, encontra um terreiro – ojogo da bola – que serve de cobertura à cisterna e que antigamente era um espaço de divertimento e recreio. Não deixe de subir à muralha e observar a vila aqui de cima.
De regresso à calçada, entre no primeiro recinto do castelo, que é constituído pelas estruturas mais antigas do castelo, anteriores ao século XIV. Aqui pode ver algumas construções, como a casa da guarda, à esquerda ou o forno, à direita. Hoje em dia têm novas funções, venha descobri-las!
Avance pelo recinto, o antigo albacar ou pátio de armas, e aproveite para ver a magnífica vista de que pode disfrutar enquanto caminha. Suba às muralhas e faça o caminho da ronda, suba às torres (a da bandeira é obrigatória), entre nas guaritas e imagine que a segurança deste castelo e de todo um país depende do seu olhar atento sobre o horizonte!
Siga em direcção a um novo recinto, dominado pela majestosa torre de menagem. Repare como a entrada se faz “em cotovelo”, uma solução que permitia ganhar tempo e confundir os invasores, se fosse necessário. Quando passar a segunda porta, irá entrar num recinto mais abrigado, rodeado de altas muralhas e antigos paióis e armarias. Não deixe de descobrir o que estes espaços guardam agora para si!
No centro da praça, outra cisterna, esta mais pequena e que se assemelha a um poço. Existe, muito provavelmente, desde os tempos da ocupação muçulmana.
Avance pela estreita passagem entre as duas casas ao fundo e, passando a antiga porta da traição do castelo, irá entrar numa zona de baluartes, construídos a partir do século XVII e que permitiam o uso e manobra de artilharia mais pesada, como canhões. No baluarte da direita tem uma vista esplêndida sobre parte da vila, Espanha (mais perto Valência de Alcântara, Cáceres a maior distância, mas também Albuquerque, entre outras localidades) e para toda a raia até a vista se perder na Serra da Estrela (repare em Castelo Branco na mesma direcção) e na Serra da Lousã. A vista no baluarte da esquerda é dominada pela Serra de São Mamede, pelo vale da Aramenha e pelo vale da Escusa, que se estende até Castelo de Vide. Entre os dois baluartes existe outra porta da traição, que permitia a evacuação do castelo em caso de invasão. No entanto, dada a sua localização podemos dizer que esta fortaleza era praticamente inexpugnável!
De regresso ao pátio principal, pode aceder pelas escadas adossadas à parede à torre de menagem, a mais alta do castelo e aquela que seria mais difícil de tomar. Terá sido reconstruída pelos cristãos após a Reconquista. Tem apenas uma sala e não tem janelas, apenas estreitas seteiras verticais. A entrada na torre faz-se através de uma ponte de madeira, que antigamente poderia ser levantada de modo a isolar a torre para melhor a defender. A subida é íngreme e exigente mas lá em cima, o panorama é dos mais deslumbrantes que pode admirar. Como disse José Saramago, na suaViagem a Portugal, “ de Marvão vê-se o Mundo”, por isso vale a pena o esforço e a visita!

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