SESSÃO PÚBLICA DE
APRESENTAÇÃO DAS INICIATIVAS A PROMOVER PELA CGTP-IN NO ÂMBITO DAS COMEMORAÇÕES
DO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ÁLVARO CUNHAL
Auditório da CGTP-IN
04 de Abril de 2013
18h00
Intervenção de Fernando
Gomes
Membro do Secretariado e
da Comissão Executiva da CGTP-IN
Departamento de Cultura
e Tempos Livres
Muito boa tarde a
todas e todos,
Em primeiro lugar,
gostávamos de agradecer a presença de todos e todas nesta Sessão de
apresentação das iniciativas a promover pela CGTP-IN no âmbito do centenário do
nascimento de Álvaro Cunhal, activistas, delegados e dirigentes das estruturas
sindicais aqui presentes, aos membros dos órgãos dirigentes da CGTP-IN e a
todos os funcionários sindicais.
Agradecemos de forma
especial a presença das personalidades, organizações e Partidos Políticos aqui
presentes.
Permitam-me, no
entanto, respeitando todos os outros, uma saudação especial ao Partido
Comunista Português, partido ao qual Álvaro Cunhal dedicou toda a sua vida.
Na
intervenção que fez por ocasião do 25.º aniversário da CGTP-IN, em 1995, neste
mesmo espaço, Álvaro Cunhal começou por identificar as profundas mudanças
políticas, económicas, sociais e culturais que ocorriam, a nível mundial, na
última década do século XX, e alertava para o facto das alterações no sistema
socioeconómico do capitalismo terem introduzido «[…] mudanças radicais na
dinâmica das forças produtivas e na composição social das sociedades e das
classes trabalhadoras.».
Como
algumas das consequências destas mudanças, Cunhal apontava «[…] a desagregação
do aparelho produtivo, a desindustrialização, a chamada “reconversão” e
“modernização”, são liquidados milhares de postos de trabalho e mesmo o direito
ao emprego, aumenta o desemprego, multiplicam-se os despedimentos sem justa causa,
recusa-se a contratação colectiva, generalizam-se a precarização, a
desregulamentação e a flexibilidade, impõe-se o aumento da jornada de trabalho,
congelam-se os salários, negam-se salários mínimos, agravam-se as
discriminações das mulheres e dos jovens e degradam-se a segurança social e
serviços sociais da responsabilidade do Estado, nomeadamente da saúde, do
ensino, da habitação, do ambiente.».
Dezoito anos
passados, estas palavras mantêm-se, como sabemos, inquietantemente, actuais.
A
actualidade do pensamento de Cunhal enquanto defensor incansável dos direitos
dos trabalhadores, o empenho que dedicou ao estudo do sindicalismo, o seu labor
enquanto intelectual que abordou a temática da sua vida, das suas dificuldades
e da sua luta, mas também o combativo e corajoso antifascista, são razões mais
do que suficientes para que a CGTP-IN, herdeira de um movimento operário e
sindical com um percurso histórico tão meritório quanto aquele que temos o
privilégio de representar, tenha decidido incluir no seu plano de actividades
para 2013, ano em que se comemora o Centenário de Álvaro Cunhal, um conjunto de
iniciativas que visam, precisamente, evocar a memória de um homem que dedicou a
sua vida à causa dos trabalhadores.
Estas
iniciativas passarão pela reedição da intervenção que Cunhal proferiu no 25.º
aniversário da CGTP-IN, e que será publicada em Outubro próximo, mês em que a
CGTP-IN celebra o seu 43.º aniversário (o exemplar que têm em mãos destina-se
apenas à distribuição neste evento); e pela edição de um número especial do
boletim CGTP Cultura, a ser publicado
em Novembro/Dezembro.
Tendo
em conta a natureza deste boletim, considerámos oportuno evocar a obra de
Manuel Tiago. E, para o efeito, convidámos Domingos Lobo, poeta, ensaísta,
escritor, colaborador regular do CGTP
Cultura, para coordenar este número especial, desafiando um conjunto de
autores a escreverem sobre alguns dos aspectos mais marcantes na obra artística
e literária de Manuel Tiago.
Entre
os autores convidados, contam-se: Augusto Baptista[1];
Francisco Duarte Mangas[2],
Modesto Navarro[3]; Sérgio de Sousa[4];
Glória Marreiros[5]; Urbano Tavares Rodrigues[6]; José
Colaço Barreiros[7]; o crítico de cinema Jorge
Leitão Ramos[8]; Manuel Gusmão[9]; e Manuel
Dias Duarte[10]. O Domingos Lobo[11] fará
um enquadramento geral da sua produção literária. Aproveito, desde já, para
agradecer a colaboração generosa especial do Domingos Lobo e dos restantes
autores.
O
boletim será ilustrado com imagens oriundas do arquivo da CGTP-IN e terá uma tiragem
de 6000 exemplares (com disponibilização online).
Num momento de grandes dificuldades sentidas pelos
trabalhadores e em que o desânimo, fomentado por uns, tolerado por outros, parece
ocupar um lugar de destaque, concluo reforçando a actualidade da mensagem de
Cunhal. Dizia ele que num quadro em que o capitalismo «[…] não só não resolve
como agrava os grandes problemas dos trabalhadores e liquida direitos vitais
que estes alcançaram com a luta, o
movimento sindical, como movimento de classe, é mais necessário que nunca.» (p. 9).
Muito obrigado a todos e
todas,
[1]
Artigo intitulado A arte pictórica.
[2] Sobre o romance A casa de Eulália.
[3] Sobre o romance Até amanhã camaradas!
[4] Sobre o livro A estrela de sete pontas.
[5] Sobre os livros Os corrécios e Cela 3.
[6] Sobre
a novela Cinco dias, cinco noites (a
confirmar, dado o estado de saúde do autor).
[7] Sobre a tradução da peça Rei Lear.
[8] Sobre os filmes Até amanhã, camaradas! e Cinco dias, cinco noites (a confirmar).
[10] Artigo intitulado O marxismo na obra literária de Manuel
Tiago/Álvaro Cunhal.
[11] Artigo intitulado Álvaro Cunhal/Manuel Tiago – anotador dos
dias.
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