23 março 2012

A mensagem da CGTP-IN ANTES da Greve Geral


Escrevo este apontamento antes da realização da Greve Geral, desde Bilbao, onde me encontro a participar na reunião da Direcção da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, e estou a programar a sua publicação para o dia 23 de Março de 2012. Faço-o porque, apesar da minha simples opinião, não quero prejudicar a mobilização para a Greve Geral, que precisa de ser um grande sucesso para bem dos trabalhadores e trabalhadoras, para bem das futuras gerações, para bem de Portugal.

 

São 19 horas em Portugal. Acabei de ler no Diário de Notícias online, através da LUSA, que:

 

"CGTP quer intervenção de Cavaco"

"A CGTP aponta algumas inconstitucionalidades à proposta de alteração ao Código do Trabalho e pretende solicitar a intervenção do Presidente da República caso o diploma passe no Parlamento. Se a Assembleia da República votar favoravelmente o pacote legislativo, vamos ter de recorrer ao Presidente da República para o alertar sobre as inconstitucionalidades existentes e solicitar-lhe que seja coerente e suscite a fiscalização da constitucionalidade do diploma", disse o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, num encontro com jornalistas."

E continuei a ler:

"Caso o Presidente Cavaco Silva promulgue a lei, a Intersindical tenciona pedir também aos partidos políticos representados na Assembleia da República que suscitem a apreciação do Tribunal Constitucional."

Diário de Notícias, 19.02.2012
 
A CGTP-IN marcou esta Greve Geral após larga discussão, onde os Sindicalistas Socialistas tiveram oportunidade de apresentar uma proposta alternativa que, partindo da mesma análise político-sindical sobre a situação do País, era, na forma, diferente.

Propusemos a realização de uma semana de luta, a concretizar entre 19 e 23 de Março de 2012, com plenários nas empresas e locais de trabalho, para informar e esclarecer as consequências altamente gravosas do novo pacote laboral e dinamizar a mobilização e acção da classe trabalhadora contra a sua existência, bem como realizar lutas nas empresas e locais de trabalho onde tal fosse possível.

Propusemos ainda realizar uma grandiosa manifestação no próximo dia 24 de Março, em Lisboa, com o objectivo firme de derrotar o pacote laboral, que produzirá mais exploração e pobreza.

E durante essa semana de luta propusemos que os trabalhadores fossem auscultados sobre a sua disponibilidade e compromisso para realizar uma nova Greve Geral no mais curto espaço de tempo, para se alcançar o objectivo pretendido.

A notícia que acabei de ler não só é um erro na mensagem passada para a comunicação social, como reconhece que a Greve Geral do próximo dia 22 de Março de 2012, não esqueçam que estou a escrever a 19 Março, não terá qualquer efeito no combate à pior ofensiva contra os trabalhadores e trabalhadoras que este Governo da direita conservadora e neoliberal nos está a impor.

Não poderão estas afirmações serem entendidas como falta de confiança no resultado da Greve Geral??

Ou seja, parece que a Greve Geral de 22 de Março não impedirá que se aprovem as alterações ao Código do Trabalho no dia 28 de Março na Assembleia da República e que depois só nos resta pedir ao Tribunal Constitucional que declare a sua inconstitucionalidade, ou através do Presidente da República (da direita), ou através dos Grupos Parlamentares.

Por fim, parece reconhecer, também, que não conseguiremos travar a política desastrosa do Governo do PSD/CDS, que significará o maior retrocesso social de que há memória, o empobrecimento dos trabalhadores e trabalhadoras, logo, o empobrecimento de Portugal.

Se assim for, quem leu as mesmas notícias que eu perguntará:

Então para que vai servir a Greve Geral?

A três dias da Greve Geral, espero que isto seja só um deslize e que dia 22 de Março de 2012 a Greve Geral paralise por completo a economia do País, que o Governo assuma as suas responsabilidades e que os trabalhadores, trabalhadoras e o Povo em geral festejem nas ruas a queda do Governo.

Com este resultado é porque foi uma grande Greve Geral.

 

Bilbao, Euskadi, 19.03.2012

21 março 2012

Comissão Trabalhadores das Pousadas de Portugal apoia Greve Geral

A Comissão de Trabalhadores do Grupo Pestana Pousadas apoia a Greve Geral da CGTP-IN e apelou aos trabalhadores e Trabalhadoras das Pousadas de Portugal para fazerem Greve no dia 22 de Março de 2012.

Participamos na Greve Geral porque:



Rejeitamos o Pacote da Exploração e Empobrecimento
• Contra a proposta de trabalho “à borla”, por via da eliminação de dias de férias, feriados, folgas e descansos compensatórios;
• Contra o corte de 50% no valor das horas extraordinárias;
 
• Contra a desregulamentação dos horários e os “bancos de horas” individual e grupal, para obrigar o trabalhador a trabalhar até 12 horas por dia e 60 horas em cada semana, e que representaria um corte médio de 30% nas remunerações;
 
• Contra as transferências compulsivas de local de trabalho e de função profissional;
• Contra os despedimentos mais fáceis e mais baratos, através da introdução de razões subjectivas para poder despedir e da redução do valor das indeminizações;

• Contra o aumento da precariedade e a redução da protecção aos desempregados, incluindo a redução do subsídio de desemprego;
• Contra a destruição da contratação colectiva como fonte de direitos mais favoráveis aos trabalhadores;

Combatermos o pacto de agressão aos trabalhadores, ao povo e ao país
• Contra as políticas recessivas que provocam mais retrocesso económico e social, o contínuo aumento do desemprego e do custo de vida, o ataque aos direitos dos trabalhadores e o desmantelamento e degradação dos serviços públicos e funções sociais do Estado na saúde, educação, transportes e segurança social;
• Contra as privatizações e, consequentemente a entrega do património público ao grande capital, a preço de saldo;

• Contra o congelamento e redução dos salários nos sectores privado e público; contra a espoliação em 2012 e 2013, dos subsídios de férias e de natal aos trabalhadores da Administração Pública e do Sector Empresarial do Estado, bem como aos reformados e pensionistas do Estado e do regime geral.


Reclamamos uma Nova Política. Um Novo Rumo para o Portugal
• Pela renegociação da dívida (prazos, juros e montantes) e o alargamento do período para a redução do défice;
• Pela criação de emprego seguro e com direitos;
 
• Pelo aumento dos salários, incluindo o salário mínimo nacional;
• Pelo aumento das pensões de reforma e o reforço das prestações e apoios sociais;
• Pela melhoria dos serviços públicos e funções sociais do Estado;
• Pela adopção de uma nova Política, de forma a permitir o crescimento económico, o investimento e dinamização do sector produtivo.

 
A Greve Geral é de Todos e para Todos os Trabalhadores

 
É uma Luta Pelas novas gerações! Pelo Povo! Por um Portugal de Futuro!


14 março 2012

Centro Cultural de Marvão organiza Matança do Porco


O Centro Cultural de Marvão vai organizar no próximo dia 24 de Março de 2012 mais uma edição da Matança do Porco. Faço votos para que seja um êxito, pois os novos órgãos dirigentes do Centro estão a devolver a vida associativa a uma instituição com tradições de muita actividade desde a Cultura ao Desporto, mas não esquecendo a área social. Que regressem os velhos tempos de participação e envolvimento dos sócios e habitantes da Vila de  Marvão na vida do Centro Cultural de Marvão.

Bom trabalho.


03 março 2012

10.º Congresso Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho



No passado dia 02 de Março de 2012 participei no 10º Congresso Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho, que decorreu no Porto, sob o lema "Novos desafios na prevenção do risco laboral".

A minha intervenção esteve inserida no painel " Segurança e Saúde no Trabalho: motor da competitividade", onde tive oportunidade de abordar as questões da prevenção dos riscos laborais, mas também, defender que passados 20 anos da primeira lei de enquadramento da segurança e saúde no trabalho, se dê o salto, e que os responsáveis pelos acidentes de trabalho passem a ser responsabilizados criminalmente.

O congresso foi organizado pela Ordem do Engenheiros - Região Norte, APSET - Associação Portuguesa de Segurança e Higiene no Trabalho com a participação da ACT - Autoridade para as Condições do Trabalho.