19 outubro 2011

Occupy Wall Street com apoiante surpresa...


O movimento Occupy Wall Street teve um apoiante inesperado no protesto global de 15 de Outubro: o sargento dos Marines Shamar Thomas. O militar estava numa rua de Nova Iorque quando viu a polícia bater em manifestantes, não gostou e puxou dos galões à frente de cerca de 30 agentes, que ficaram sem reacção. A cena ficou registada em vídeo e está a circular a grande velocidade pela Internet.

Notícia publicada no Jornal "O Público" de 18.10.2011
"Isto não é uma zona de guerra", grita Shamar Thomas, a um surpreendido grupo de agentes policiais. O vídeo – que foi publicado no YouTube no domingo e que, em dois dias, já foi visualizado quase meio milhão de vezes – não mostra o que motiva a reacção do marine. Apenas a sua ira crescente e a forma veemente como condena as acções violentas da polícia nova-iorquina.

"Estas pessoas não estão armadas. Magoá-las não vos fará mais duros", argumenta. "Se querem lutar, vão para o Iraque e para o Afeganistão. Deixam estas pessoas em paz. São cidadãos norte-americanos. Cidadãos norte-americanos! Cidadãos norte-americanos! Norte-americanos!"Shamar Thomas é, ele próprio, um veterano de guerra.

Com 24 anos de idade, foi destacado para o Iraque duas vezes, informa a legenda do vídeo. O militar corrobora de viva voz. E acrescenta: a mãe também esteve no Iraque; o pai foi mobilizado para o Afeganistão. A ligação da sua família às Forças Armadas vem, de resto, ainda mais de trás: o avô serviu no Vietname e o bisavô na Segunda Guerra Mundial.É este passado que faz o sargento sentir-se autorizado para afrontar os agentes.

"Parem de magoar estas pessoas. O que estão a fazer? Fui 14 meses para o Iraque pelo meu povo e vocês chegam aqui e magoam estas pessoas. Elas não têm armas. Elas não têm armas! Porque é que estão a magoá-las? Não faz sentido nenhum", insurge-se. "Como é que dormem à noite? Não há honra nisto. Não há honra nisto!""É inacreditável que estejam a fazer isto às pessoas", continua. "Que género de malucos magoam pessoas que não estão protegidas?"

E acaba com mais uma pergunta antes de se afastar, desta vez lançada aos agentes vestidos com equipamento anti-motim: "Porque é que andam [equipados] como se estivesse a passar uma guerra? Ninguém tem armas".

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