13 dezembro 2010

Manuel Alegre na apresentação do Movimento Já: São os jovens que têm que assumir o nosso destino colectivo



Manuel Alegre na apresentação do Movimento Já

Por Carla Alves
13 de Dezembro de 2010

“Estamos hoje a lançar o Movimento Já com sentido de urgência, porque é preciso dar a volta ao mundo já, é preciso dar a volta à Europa já, é preciso dar a volta a Portugal já”, exortou Manuel Alegre esta tarde na apresentação do movimento de jovens apoiantes da sua campanha. Porque é preciso “restabelecer a confiança na política e criar uma nova esperança para Portugal”, o candidato defende que “só é possível mudar a politica se a juventude se empenhar no combate político”, pois “são os jovens que têm que assumir o nosso destino colectivo”.

Foto de Susana Jorge

Perante uma multidão de jovens apoiantes vindos de vários pontos do país e com a presença de Jacinto Lucas Pires, mandatário da juventude da sua campanha, Manuel Alegre reiterou que se baterá enquanto Presidente pelo combate á incerteza do futuro da juventude: “ Comigo na PR os jovens terão um companheiro de viagem, terão um companheiro de afirmação do seu lugar em Portugal porque eu não posso admitir que os jovens não tenham a esperança de chegar onde chegaram os pais”.

Embora existam hoje mais licenciados, mas “não ainda em número suficiente”, Manuel Alegre considera que, “não são os jovens que têm que se adaptar ao mercado de trabalho, é o mercado de trabalho que tem que se adaptar à qualificação nova que temos no nosso país”. “Aliás, eu não gosto desta palavra, mercado de trabalho, o trabalho não é uma mercadoria, nós temos que dignificar o trabalho do homem, o trabalho das mulheres e sobretudo, o trabalho da juventude”, afirmou o candidato, arrancando um forte aplauso da plateia.

Manuel Alegre considera que as eleições de 23 de Janeiro, “que muita gente está a procurar ocultar”, “são porventura as mais importantes desde o 25 de Abril” porque “vai ser um combate decisivo pela forma e pelo conteúdo da nossa democracia”, deixando um apelo à juventude: “Preciso de vós e de muito mais jovens, porque são os jovens que têm que assumir o nosso destino colectivo”. 

O candidato fez ainda duras críticas ao actual Presidente, recusando que em democracia haja vencedores antecipados e afirmando nunca ter dado “o nome à PIDE a dizer que tinha bom comportamento”. “Querem fazer-nos crer que Cavaco Silva já está eleito, não está, porque em eleições democráticas não há vencedores antecipados, não há coroações. Eu nunca fui dar o meu nome à PIDE a dizer que tinha bom comportamento, eu sou um resistente à ditadura, fui um combatente pela democracia, de todas as horas e de todos os tempos”, afirmou, referindo-se a um artigo publicado pela revista “Sábado” onde se revelava um "formulário pessoal pormenorizado" para a PIDE preenchido por Cavaco Silva durante o Estado Novo.

Manuel Alegre acusou o actual Presidente de utilizar o cargo para fazer campanha eleitoral sem entrar nela. “É uma luta muito difícil, muito desigual, porque há quem não queira que haja campanha e há quem esteja a fazer campanha sem a fazer, aparecendo todos os dias na televisão como Presidente da República. Mas eu estou habituado a combates desiguais, eu sou um resistente e um combatente de sempre e por isso tenho confiança de que com o vosso apoio, das mulheres, dos trabalhadores, dos jovens empresários, daqueles que querem mudar o nosso país e construir o futuro e, sobretudo, com o apoio da juventude, vai ser possível”, afirmou.

Manuel Alegre manifestou-se ainda “chocado” com as palavras do actual Presidente, que considerou que os portugueses têm de se sentir “envergonhados” por existirem em Portugal pessoas com fome, um “flagelo” que se tem propagado pelos mais desfavorecidos de forma “envergonhada e silenciosa”, afirmando que não é um problema “para ser tratado no Casino do Estoril” mas sim “resolvendo os problemas estruturais do país”.

“Nós somos um país que tem um problema estrutural, que é o problema da pobreza, apesar da nova geração de políticas sociais deste Governo, a pobreza estrutural é ainda muito forte, temos 18 por cento de portugueses que vivem no limiar da pobreza, e se destruíssem as prestações sociais poderiam passar a ser 40 ou mais, esse é um problema muito grave, mas não é um problema para poder ser aproveitado para campanha eleitoral”, considerou, acrescentando que este “não é um problema para ser tratado no Casino do Estoril”, local onde Cavaco Silva fez aquela declaração.

Manuel Alegre garantiu ainda não estar “a lutar por um segundo lugar” mas “pela segunda volta” para aí ganhar a eleição para Belém, criticando os “fazedores de opinião” que dizem que não há mobilização na sua campanha. “Levem esta mensagem, eu já dei a volta a todo o país, estive em todos os distritos, nas regiões autónomas, na emigração, em Paris e em Bordéus, e em todos os lados eu estive muito bem acompanhado, em todos os lados tive centenas de pessoas, salas cheias, já falei a milhares de portugueses, por muito que isso desagrade aos fazedores de opinião, as pessoas estão mobilizadas à volta da minha candidatura, não vem nas notícias mas estão no terreno, estão aqui, em todo o país, e no dia 23 de Janeiro vão estar lá!”, afirmou com confiança.

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