Souto da Casa, Fundão |
24 dezembro 2018
20 dezembro 2018
16 novembro 2018
PROGRAMA RISCO E PREVENÇÃO DA RTP
Programa Risco e Prevenção da RTP onde, na qualidade de responsável
pela Segurança e saúde no trabalho da CGTP-IN, tive oportunidade de
participar e que foi para o ar a 12 de Novembro de 2018, na RTP3.
05 novembro 2018
A MINHA HOMENAGEM A MARIA GUINOT E A SUA PARTICIPAÇÃO NUM DUPLO LP DA CGTP-IN
Em 1986, Maria Guinot compôs "Homenagem às mães da Praça de Maio",
nos dez anos do início da concentração das mulheres que, em Buenos
Aires, exigiam saber dos filhos desaparecidos durante a ditadura militar
argentina (1976-1983).
A canção foi incluída no duplo álbum da
CGTP-Intersindical "Cem anos de Maio" e foi uma das 'bandeiras' do
programa "Deixem Passar a Música", da RTP, no qual Maria Guinot foi
acompanhada por José Mário Branco, que produziu e dirigiu a orquestra.
08 outubro 2018
Saramago recebeu o prémio nobel da literatura há vinte anos
Há vinte anos, a Academia Real das Ciências da Suécia atribuía o Prémio Nobel da Literatura a José Saramago.
Lembrar a atribuição do Prémio a Saramago é lembrar o escritor e a
sua obra de génio, é homenagear a literatura. É recordar o homem e o
escritor que evoca singularmente a causa e a obra dos que nem sempre
figuram, com o devido destaque, nos livros de História e na memória
colectiva.
O autor de Memorial do Convento sublinha-o em Cadernos de Lanzarote,
nas palavras que recupera de uma comunicação que proferiu na biblioteca
de Mafra: «A satisfação de estar vivo e de criar durante o pouco tempo
que por cá andamos torna-se em autocomplacência mesquinha se de caminho
olvidamos ou maltratamos a herança multímoda de quem antes de nós viveu e
criou, fossem eles os ignorados operários de Mafra ou o arquitecto que
desenhou a obra.»
A 14 de Outubro, mês em que lhe foi atribuído o Prémio Nobel, a
CGTP-IN prestou-lhe singela homenagem no decurso de uma vigília em
defesa da Segurança Social e contra a revisão da legislação laboral. A
vigília decorreu no Terreiro do Paço e contou com a sua presença.
Renovamos hoje a nossa homenagem.
Obrigado, José Saramago!
08.10.2018
Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN
Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN
01 outubro 2018
INTERVENÇÃO DE FERNANDO GOMES NA SESSÃO COMEMORATIVA DO 48.º ANIVERSÁRIO DA CGTP-IN
ENCONTRO NACIONAL DE DELEGADOS, DIRIGENTES E ACTIVISTAS SINDICAIS
CINEMA SÃO JORGE, LISBOA
01.10.2018
CINEMA SÃO JORGE, LISBOA
01.10.2018
Camaradas,
Assinalamos hoje os 48 anos desta central sindical.
São 48 anos com muita história, de muitas lutas, de muitas conquistas, de construção permanente e incansável da unidade dos trabalhadores em torno da afirmação dos seus direitos e dignidade.
Porque é dia de aniversário, nunca é demais sublinhar as agruras por que passaram aqueles que, arriscando a vida, ousaram defender os seus ideais, a democracia, a liberdade, o livre pensamento, a dignidade do ser humano, a unidade dos trabalhadores em torno de uma central sindical que os, que nos representasse, que desse voz às injustiças, que alavancasse a sua força e determinação em construir um país mais justo, mais igual, democrático, livre, sem o cutelo da exploração do Homem pelo Homem.
Nós, os que aqui estamos, sabemos que assim foi. Temos o dever de saber que assim foi, que assim deve ser. Temos o dever, todos os dias, nos locais de trabalho, nos sindicatos, nas federações, nas uniões, na CGTP-IN, onde quer que um trabalhador esteja presente, onde quer que a sua luta se apresente, de honrar este percurso, aqueles que perderam a vida a lutar por esta causa, aqueles que construíram este movimento sindical que hoje celebramos e honramos.
Pois é, camaradas, nós que aqui estamos sabemos, nós que aqui estamos devíamos saber.
E os que aqui não estão? Os trabalhadores no local de trabalho, outros dirigentes, activistas, delegados e funcionários sindicais, a sociedade em geral?
Não podemos, não devemos deixar que esta memória seja contada apenas por terceiros.
Temos de assumir claramente esta responsabilidade.
E como o podemos fazer?
Nos locais de trabalho, nos plenários, nas inúmeras sessões de formação que pontuam a actividade anual da estrutura sindical que aqui representamos, através de iniciativas culturais, desportivas e de ocupação dos tempos livres? Sim. Nestes e noutros fóruns, sempre que a ocasião o proporcione.
Mas não basta a memória dos que ajudaram a construir este movimento sindical, esta CGTP-IN. Muitos encontram-se aqui hoje. A sua memória é muito importante, sem dúvida. Mas é preciso registá-la. É preciso transcrevê-la. É preciso organizá-la. É preciso armazená-la. É preciso divulgá-la.
Não basta a memória dos que optam por partilhar, em livro ou noutros meios, o seu percurso, as suas experiências. Ao fazê-lo, é certo, estão também a falar do seu local de trabalho, do seu sector de actividade, dos trabalhadores e das suas lutas e conquistas neste âmbito, das estruturas sindicais em que militaram. Mas não basta. É preciso complementar esta informação.
Porque, caros e caras camaradas,
«A memória é um espelho velho, com falhas no estanho e sombras paradas: há uma nuvem sobre a testa, um borrão no lugar da boca, o vazio onde os olhos deviam estar. Mudamos de posição, ladeamos a cabeça, procuramos [...] recompor uma imagem que nos seja possível reconhecer como ainda nossa, encadeável com esta que hoje temos, quase já de ontem. A memória é também uma estátua de argila. O vento passa e leva-lhe, pouco a pouco, partículas, grãos, cristais. A chuva amolece as feições, faz descair os membros, reduz o pescoço. Em cada minuto, o que era deixou de ser, e da estátua não restaria mais do que um vulto informe, uma pasta primária, se também em cada minuto não fôssemos restaurando, de memória, a memória.»
Saberá boa parte dos camaradas que estou a citar José Saramago, nos seus Cadernos de Lanzarote. E conclui assim o seu pensamento, ainda sobre a memória:
«[...] pergunto-me que inquietante memória é a que às vezes me toma de ser eu a memória que tem hoje alguém que já fui, como se ao presente fosse finalmente possível ser memória de alguém que tivesse sido.»
Pelo que fica dito, talvez possamos dizer que é, pelo menos, prudente, que nos acautelemos e auxiliemos esta memória.
E como podemos contribuir para isso?
- . salvaguardando o património documental e museológico que as estruturas sindicais foram acumulando ao longo do seu período de actividade;
- não eliminando este património às cegas, sem critérios bem claros e fundamentados, na azáfama de uma mudança de instalações, na pressa em libertar espaço para um novo gabinete ou uma máquina de café, no corrupio ou no entusiasmo de uma fusão, na ressaca de uma suspensão de actividade...
Falamos do incorrectamente chamado “arquivo morto”, de cartazes, vídeos, fotos, medalhas, pins, pinturas, bandeiras, galhardetes e outras peças de natureza museológica, livros, boletins e folhetos editados pelos sindicatos, federações, uniões, entre outra documentação.
Aproveito para recordar que a CGTP-IN dispõe, desde 1975, de um Centro de Arquivo e Documentação e que, desde 2006, tem vindo a prestar especial atenção aos seus arquivos e espólio museológico, identificando, organizando, preservando, divulgando. E que poderá prestar apoio técnico na medida das suas possibilidades.
Seria fastidioso e talvez pretensioso enumerar o resultado do trabalho realizado desde então nesta área. Desafio-vos apenas a visitar o site do Centro de Arquivo e Documentação, através do site da CGTP-IN ou em cad.cgtp.pt.
Camaradas,
Na CGTP-IN, estamos determinados, apesar das inúmeras dificuldades, a dar continuidade a este trabalho.
Mas é preciso ir mais além.
A documentação até pode existir, algures em alguma cave húmida ou algum tórrido sótão, e ser valiosa e extensa. Mas se não a identificarmos, se não a organizarmos e não a preservarmos, é como se não existisse.
É, por isso, fundamental conhecer a realidade da estrutura sindical no que respeita ao seu património documental com valor histórico: que documentação existe, onde se encontra, em que condições se encontra, quais as suas dimensões.
É por isso, também, que estamos já há algum tempo a trabalhar para reunir este património no mesmo espaço, com a dignidade que merece, com as condições de organização e preservação adequadas e com a capacidade para permitir a sua consulta e promover a sua divulgação. Como é do conhecimento público, este espaço, que será o Espaço Memória – Centro de Arquivo, Documentação e Audiovisual da CGTP-IN, situar-se-á nas instalações das oficinas da antiga Fábrica da Mundet, no Seixal, numa parceria com a Câmara Municipal do Seixal que muito agradecemos!
Camaradas,
Este é um trabalho difícil, moroso, muitas vezes tão pouco compreendido e pouco visível; escasseiam recursos humanos, financeiros e materiais.
O que há em abundância é determinação e sentido de responsabilidade.
A alternativa é fiarmo-nos na memória, o tal “espelho velho”, a tal “estátua de argila” a que a equipara Saramago, e deixar que outros, fora do movimento sindical, contem como foi...
Não me parece que queiramos que outros contem como foi…
Identificar, organizar, preservar. É este o nosso desígnio, para transmitir às novas gerações a história desta central sindical.
Viva a CGTP-IN!
27 setembro 2018
Comemorações do 5 de Outubro em Marvão
Comemorações do 5 de Outubro em Marvão na antiga Sala da Sessões do Tribunal de Marvão - Casa da Cultura.
Uma tertúlia com António Canêdo Berenguel, advogado, que na TSF conta histórias com mais de 100 anos, no programa "Histórias da Justiça".
A não perder!
11 setembro 2018
Segurança e Saúde no Trabalho em debate
A participar, em representação da CGTP, no seminário europeu sobre estratégias nacionais de segurança e saúde no trabalho a decorrer em Atenas, Grécia, aqui com a companheira da UGT España, Ana Garcia de la Torre.
29 agosto 2018
Vida nova...
1) A mudança correu bem;
2) Primeira noite a dormir em Massamá;
3) O Benfica passou à fase de grupos da Liga dos Campeões;
10 agosto 2018
A CGTP E O CENTRO DE RELAÇÕES LABORAIS
Texto publicado no Blogue da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN e que aqui partilho:
"O
EXPRESSO de 7-7-2018 publicou um interessante artigo da jornalista Rosa Pedroso
Lima intitulado “Patrões ameaçam despedir CGTP”, sobre a decisão da CGTP-IN em não
assumir a presidência do Centro de Relações Laborais (CRL). Como consequência,
as confederações pretenderiam propor a saída da confederação sindical desta
instituição, refere o artigo, que expõe também as (inacreditáveis) declarações
de João Torres, dirigente da CGTP-IN, sobre o assunto.
Esta
deliberação da CGTP-IN foi tomada contra a nossa opinião. Pior, esta é uma
decisão contrária aos interesses dos trabalhadores e à estratégia confederal
adoptada desde há muitos anos quanto à intervenção nas instituições de
participação, informação e consulta.
Estas
instituições, criadas nas Sociedades Democráticas para permitir a participação
dos sindicatos, são espaços privilegiados de representação de interesses, de
acesso a informações, de auscultação sobre temáticas relevantes e/ou de
negociações de nível superior económico e social, conforme o respectivo
estatuto.
A
sua composição tripartida, com empresários, governo e, consoante os casos,
organizações da Sociedade Civil, fazem destas instituições importantes fóruns de
influência e de visibilidade pública dos sindicatos.
Neste
quadro, a CGTP-IN integra o Conselho Permanente de Concertação Social, o Comité
Económico e Social, o Centro de Relações Laborais, em Portugal, e o Comité
Económico e Social Europeu, em Bruxelas, entre várias outras, cada uma com
atribuições próprias.
A
participação da CGTP-IN nestas instituições (e noutras de igual composição e
semelhante missão, como a Organização Internacional do Trabalho, OIT) tem um
objectivo – defender os interesses de quem trabalha, de acordo com os seus
princípios e valores, o seu quadro de análise e as suas propostas.
Esta
participação é um direito inquestionável – ser feita de “corpo inteiro” é um
dever indiscutível! Ninguém pode impedir a participação da CGTP-IN nestas
instituições - mas também esta não se pode eximir de assumir as
responsabilidades que lhe competem!
Mesmo
no Conselho Permanente de Concertação Social, se constatamos que o histórico da
sua participação é de (quase) ausência de subscrição de Acordos de Concertação,
verificamos, porém, que, ao longo dos anos e em todos os casos, sempre
interveio activamente e apresentou argumentos para não os subscrever, fossem eles
quais fossem - inclusivamente, no caso dos três últimos Acordos de Concertação
sobre os aumentos do Salário Mínimo Nacional, que tão importantes têm sido para
fazer progredir os rendimentos mínimos e médios do Trabalho!
A
deliberação da CGTP-IN (e as declarações de João Torres, que demonstram uma
inaceitável arrogância), prejudicam os interesses de quem trabalha. A melhor
prova é que as confederações patronais as utilizaram imediatamente para tentar
concretizar um seu velho objectivo – afastar a CGTP-IN destas instituições, por
agora do CRL!
A
CGTP-IN tem que assumir, de “corpo inteiro” a responsabilidade da sua
participação no CRL - chegado o momento de assumir a respectiva presidência,
deve-o fazer com todo o respeito aos interesses de quem trabalha e à
instituição em que participa por direito próprio!
O
saudoso Manuel Lopes afirmava: “A CGTP-IN está em todos os locais para defender
os trabalhadores – desde os locais de trabalho até ás instituições. A CGTP-IN
está em todos os locais em que os outros estão mas está também num local onde
mais ninguém está a não ser a CGTP-IN - o do campo do conflito sindical”.
Recusar
o exercício da presidência do CRL expressa exclusivamente uma deriva
esquerdista e inconsequente da maioria dos dirigentes da CGTP-IN – coerentemente,
nós vamos continuar a defendê-lo!"
Carlos Trindade
Fernando Gomes
Fernando Jorge
Carlos João Tomás
Vivalda Silva
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Jornal Expresso, edição de 21 de Julho de 2018 |
17 julho 2018
Marvão: leituras ao entardecer
A terminar o livro, Os Romanov, vol. 2: Declínio, de Simon Sebag Montefiore, neste paraíso que é Marvão. Curiosamente, segundo o autor, no dia em que passam 100 anos sobre o
assassinato do Czar Nicolau II e da sua família (17.07.1918-17.07.2018).
15 julho 2018
Instituto Emprego e Formação Profissional (IEFP): sistema de formação profissional
Artigo sobre o sistema de formação profissional, respondendo a um pedido da revista "A Voz do Trabalho", para a sua edição de Maio e Junho.
24 junho 2018
Igualdade e combate às discriminações
1.ª Reunião do Grupo de Trabalho de Igualdade e
Combate às Discriminações da CGTP que tem como função o combate às
Discriminações, na sociedade e nos locais de trabalho, em função da
orientação sexual, deficiência, HIV, convicções religiosas e das
dependências de álcool e drogas.
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Foto de Henrique Borges |
08 junho 2018
Antigas oficinas da fábrica MUNDET, no Seixal, recebem arquivos da CGTP-IN
Assinatura do contrato comodato entre a Câmara Municipal do Seixal e a CGTP-IN que decorreu no passado dia 31 de Maio.
Em causa está a instalação do Espaço Memória - Centro de Arquivo, Documentação e Audiovisual da CGTP-IN, nas antigas oficinas da fábrica MUNDET.
Assinaram o contrato pela CGTP-IN, o seu Secretário-Geral, Arménio Carlos e o responsável destas áreas Fernando Gomes.
27 abril 2018
28 Abril - Dia Nacional e Mundial Segurança e Saúde no Trabalho - Posição da CGTP-IN
Neste
dia especialmente dedicado à reflexão sobre as temáticas da segurança e saúde
no trabalho (SST) e da prevenção dos riscos no trabalho, a CGTP-IN deseja, mais
uma vez e em primeiro lugar, prestar a sua singela homenagem a todos aqueles
que morreram a trabalhar, aos que ficaram incapacitados, aos que sofreram e
sofrem de doenças resultantes da exposição a riscos no trabalho, bem como às
suas famílias, cujas vidas se alteraram drasticamente em consequência destes
acontecimentos.
Em
Portugal, as taxas de acidentes de trabalho e doenças profissionais continuam
demasiado elevadas, muito acima da média da União Europeia.
Esta
constatação repete-se ano após ano, discute-se a temática da segurança e saúde
no trabalho e da prevenção em inúmeras reuniões, constituem-se comissões e
grupos de trabalho, aprovam-se leis e resoluções e estratégias nacionais,
definem-se medidas e metas... e fica sempre tudo na mesma, nada muda nos locais
de trabalho e nas empresas, onde o investimento em prevenção e em segurança
continua em níveis mínimos, os acidentes de trabalho sucedem-se, as doenças
profissionais e as doenças no trabalho alastram e parece não haver solução à
vista.
A
verdade é que, nos anos mais recentes, apesar da temática da segurança e saúde
no trabalho se ter tornado mais visível na sociedade e de haver uma maior
consciência da sua importância, é manifesto que tem havido um claro
desinvestimento público nestas áreas. A redução dos meios humanos, técnicos e
materiais disponibilizados à ACT para o desempenho das suas funções constitui
prova bastante desta desvalorização de tudo o que se relaciona com as condições
de segurança e saúde no trabalho.
Aliás,
as Conclusões para 2017 do Comité Europeu dos Direitos Sociais do Conselho da
Europa[1]
relativas a Portugal reflectem esta realidade quando, ao analisarem a conformidade
de alguns dos aspectos do artigo 3.º da Carta Social Europeia relativo ao
direito à segurança no trabalho, referem que, devido à escassez de recursos
humanos do serviço responsável pela controlo do cumprimento das normas de
segurança e saúde no trabalho, o sistema de inspecção do trabalho não pode ser
considerado eficiente, sustentando esta conclusão na redução do número de
inspectores, na diminuição do número de visitas a empresas e de trabalhadores
envolvidos em acções de inspecção especificamente relacionadas com as condições
de segurança e saúde e, ainda, na redução do número de notificações dirigidas
às empresas para correcção de problemas e de ordens de suspensão de trabalhos
por risco de perigo.
Este
desinvestimento reflectiu-se também na filosofia de actuação da ACT, que tem
centrado a sua atenção sobretudo nas áreas da promoção e da sensibilização, em
detrimento da actividade fiscalizadora e sancionatória do incumprimento das
normas, mesmo quando estão em causa a vida, a integridade física e a saúde dos
trabalhadores. Na realidade, uma excessiva concentração de esforços na
sensibilização acaba por transmitir uma ideia de tolerância das autoridades
perante o incumprimento da lei que, em última instância, poderá mesmo levar ao
enfraquecimento da convicção de obrigatoriedade daquelas normas em concreto.
O
desenvolvimento da Estratégia Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho
2015-2020 não tem contribuído para alterar este estado de coisas, nem para um
aumento do investimento público em segurança e saúde no trabalho.
Muitas
das medidas que deviam estar em plena aplicação e/ou desenvolvimento estão
paradas, são muitas as que nem sequer se iniciaram e não parece haver vontade
política nem atribuição de recursos que permitam avançar na plena implementação
da Estratégia em todas as suas vertentes. A avaliação que fazemos destes quase
três anos de aplicação da Estratégia é, por isso, negativa, sendo nossa
convicção que não está a produzir os efeitos pretendidos, designadamente no que
toca à redução de acidentes de trabalho e doenças profissionais.
Aliás,
como a CGTP-IN salientou desde o momento da sua aprovação, esta Estratégia não
seria susceptível de servir os seus objectivos ou contribuir para a progressiva
melhoria das condições de segurança e saúde no trabalho e para a redução da
sinistralidade e da morbilidade laborais, se não fosse devidamente acompanhada
do reforço de uma inspecção activa e eficaz, dotada dos meios humanos e
materiais necessários. O que nunca aconteceu.
É chegado o momento do actual Governo criar
as condições para que sejam afectados os recursos financeiros à Estratégia,
reforçados os meios para o desenvolvimento pleno da actividade da ACT e
promover políticas públicas na área da promoção da segurança e saúde no
trabalho.
Neste
quadro, a CGTP-IN vem mais uma vez, neste Dia Nacional de Prevenção e Segurança
no Trabalho, reafirmar a importância fundamental do direito de todos a
trabalhar em condições que garantam a sua saúde e segurança e contribuam para a
dignificação do trabalho e dos trabalhadores, o que só será possível se houver
uma efectiva vontade política de apostar seriamente nestas áreas, atribuindo às
entidades competentes todos os recursos necessários ao desempenho eficaz das
suas funções.
E
reafirma também as suas reivindicações em matéria de SST, exigindo:
·Reforço dos meios humanos, técnicos e
financeiros da ACT, de modo a permitir-lhe desempenhar eficazmente, quer as
suas funções inspectivas, quer as actividades de prevenção de riscos
profissionais e promoção da SST;
·Apresentação de relatório intercalar da
implementação da Estratégia Nacional de SST 2015-2020, com simultâneo
apuramento das medidas e acções ainda por desenvolver;
·Apresentação de plano de rápida
continuação da implementação da Estratégia, com dotação de todos os meios e
recursos necessários ao seu eficaz desenvolvimento, por forma a cumprir todas
as metas fixadas;
·Valorização do papel dos parceiros
sociais, em particular dos sindicatos, reagindo atempadamente às denúncias que
fazemos, através de uma acção inspectiva eficaz e combatendo práticas laborais
que, além de representarem uma ofensiva grave à dignidade do ser humano nos
locais de trabalho, constituam, também, práticas danosas que em muitos aspectos
prejudicam a imagem e a competitividade económica das nossas empresas;
·Reforço da participação dos trabalhadores
nos locais de trabalho, através da valorização do representante dos
trabalhadores para a SST, incluindo a revisão do
actual processo de eleição, agilizando-o e simplificando-o, facilitando assim a
realização dos processos eleitorais;
·Valorização da contratação colectiva como
instrumento essencial na área da segurança e saúde no trabalho.
25 fevereiro 2018
3.ª Sessão do XV Congresso da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN
3.ª Sessão do XV Congresso da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN a decorrer em Lisboa.
Conferência sobre Negociação Colectiva em Portugal, no Sector Público e no Sector Privado
Conferência sobre Negociação Colectiva em Portugal, no Sector Público e no Sector Privado, organizada pela Fundação Friedrich Ebert e Instituto Ruben Rolo.
A abertura da Conferência esteve a cargo de Carlos Trindade, Presidente da Direcção do Instituto Ruben Rolo.
Como oradores, Luís Dupont, Vice-Presidente da Direcção do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde (STSS) e Maria Fernanda Moreira, Presidente da Direcção do Sindicato Nacional dos Profissionais da Industria e Comércio do Calçado, Malas e Afins.
A Conferência é moderada por Reinhard Naumann, Director da Fundação Friedrich Ebert em Portugal.
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