03 fevereiro 2011

Música de intervenção dos nossos tempos: Os Deolinda, com "Parva que sou"


Os Deolinda em concerto no Coliseu do Porto. A certa altura, sobre "um dia de reflexão", reflectiram, reflectiram, e a certa altura chegaram à conclusão, que transcreveram para a letra que se pode ouvir neste vídeo.

E eu ao ouvir, recordando os números do desemprego que afecta milhares de jovens, a precariedade que não ajuda a definir um rumo para a vida de tantos outros milhares, o incumprimento generalizado da legislação laboral e tantos estagiários sem futuro. Conheço a quem roubam o subsídio de natal, como se não tivessem direito a receber, e é para quem quer.., escrevia eu, que ao ouvir, as lágrimas assomaram-se aos olhos.

Dura realidade esta em que vivemos, em que a esperança se desvanece, dando lugar à desilusão permanente.

Ouçam,


4 comentários:

José disse...

"Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar."

Fernando disse...

José,
Obrigado pela letra. Realmente está ali tudo o que afecta a geração jovem.

João Roque disse...

Muito boa esta canção dos "Deolinda".

Rui Ramos disse...

Espero que os jovens decidam largar o conforto da "casinha dos pais".