CASA DA CULTURA DE MARVÃO
28-11-2015
28-11-2015
Sr.,
Presidente da Câmara,
Caro
Fernando Mão-Ferro, Editor
Caro
Diogo Júlio,
Querida
Mila,
Florival,
Agradecer
à Câmara, o acolhimento para o lançamento nacional deste livro.
Algumas
notas iniciais:
Primeiro
expressar a minha satisfação pela presença do Florival Lança e da Paula em
Marvão no lançamento do seu novo livro “Marvão e Ammaia – O paraíso prometido”;
o seu encantamento por Marvão, tenho a certeza, foi reforçado quando esteve em
minha casa, por altura de uma edição da Almossassa;
Outra
nota para a Mila Mena: Todas e todos lhe reconhecemos o seu amor por Marvão,
pelas tradições e pelas lendas mas também pela história. Foi por isso que
quando o Florival Lança me disse que queria relatar com mais pormenor certos
locais, referindo os Vidais, me lembrei que a Mila era a pessoa indicada para
nos guiar. Obrigado Mila pela tua disponibilidade.
Depois,
um agradecimento a Fernando Mão-Ferro, das Edições Colibri, que acolheu de
forma entusiasmante este projecto, cujo resultado está à vista.
«Marvão
era doença e bálsamo, alegria e solidão, enfim... uma droga que, tal como o
vinho, sempre que se saboreia o seu fino e delicado paladar e este se entranha
no corpo e na alma, tomando conta dos sentidos, libertando-os e provocando a
doce e suave languidez que só o divino néctar sabe proporcionar, não mais dela
nos queremos libertar.
Assim
era Marvão.» (p. 276)
Não me
cabe, nesta sessão, fazer a apresentação desta obra, mas não resisti a começar
com este excerto, ao qual acrescentaria: assim é Marvão!
Sendo
eu natural de Marvão, sou, naturalmente, suspeito. Revejo-me, ainda assim,
nestas palavras, neste Marvão de Ahmet Mottalib, protagonista. Este Marvão que
seduzia Ahmet, que, sempre que as suas responsabilidades militares lhe
permitiam, «[...] procurava na magia de Marvão o reencontro e a reconciliação
consigo próprio.» (p. 276), é também o meu Marvão, é o Marvão de hoje. É o
Marvão do narrador. É, o autor que me perdoe o atrevimento, o Marvão do
Florival Lança.
Conheci
o Florival Lança quando, em 2001, passei a integrar a Comissão Executiva do
Conselho Nacional da CGTP-IN. Acompanhei algumas das suas actividades na área
internacional, quando integrei um grupo de trabalho que acompanhava os fóruns
sociais mundiais, europeus e o nacional.
Mas é
na preparação do 10.º Congresso, em 2004, que recebo do Florival Lança uma
lição que até hoje tento cumprir. Alargar o leque da discussão de propostas
para no final atingir os objectivos que quero atingir, não me deixar isolar...
Foi assim que, no final da discussão e após o Congresso da CGTP-IN, foi criado
o departamento de Igualdade e Combate às Discriminações, que trata as
discriminações em função da orientação sexual, deficiência (nova Sec. Estado),
por se ser portador de HIV, toxicodependente e em função das convicções
religiosas (fanatismo religioso).
Se
este alerta despertou em mim o respeito que tenho pelo Florival Lança, então a
sua coragem e determinação ao escrever o livro Inter Nacional, em 2010,
cimentou a admiração que por ele tenho. Um livro que desafiava a posição
oficial da CGTP-IN de não-filiação em nenhuma confederação internacional e
contrariava a orientação do PCP, do qual, na altura, era militante.
Para terminar,
quero deixar uma nota sobre o livro que lançou em 2014, aproveitando para
homenagear quem deste concelho esteve no ultramar. O Mato Mata.
Aconselho a sua leitura. É um retrato ficcionado sobre a sua experiência no
ultramar. Compreendi com este livro, tantos anos depois, as atitudes, os gritos
e os silêncios, a agressividade do meu pai que também esteve no ultramar. Não
esqueço mas já perdoei. Também por isso, obrigado, Florival Lança.
Obrigado
Florival Lança por ajudares, com este livro, a valorizar Marvão.