29 abril 2013

A minha intervenção na sessão solene comemorativa do dia nacional de prevenção e segurança no trabalho

A minha intervenção na sessão solene comemorativa do dia nacional de prevenção e segurança no trabalho que se realizou a 29 de Abril de 2013 na Sala do Senado da Assembleia da República.



28 de Abril
Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho
Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

Fernando Gomes
Membro da Comissão Executiva da CGTP-IN
Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho


Sr. Secretário Estado do Emprego,
Srs. Deputados,
EXmo. Sr. Inspector-Geral do Trabalho,
Sra. Directora do Escritório da OIT,
Representantes dos Parceiros Sociais,
Minhas senhoras e meus senhores,



Assinalamos hoje mais um 28 de Abril.

Se dúvidas houvesse sobre a importância do trabalho na área da Segurança e Saúde no Trabalho, a necessidade da prevenção, a necessidade da actuação da Inspecção do Trabalho na fiscalização das condições de trabalho no nosso país, a realidade, os factos, a dureza dos acontecimentos dissipariam qualquer interrogação sobre o assunto.

Ontem mesmo, 28 de Abril de 2013, Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, a explosão seguida de incêndio numa fábrica da zona de Setúbal provocou 3 feridos, dois dos quais, segundo informações da comunicação social, em estado grave.

Aproveitamos este momento para lamentar a morte de tantos trabalhadores, homenagear as vítimas dos acidentes de trabalho, as suas famílias, amigos e reafirmar que os custos dos acidentes de trabalho, as suas consequências para o Estado e para as empresas a todos nos afecta.
Ao longo dos anos, temos afirmado a necessidade de serem tomadas medidas efectivas de prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais; temos preconizado que a ACT e o Ministério Público devem trabalhar em conjunto, de forma a que as acusações contra quem prevarica e não cumpre a legislação sejam criminalizadas. Não podemos continuar a permitir que a vida dos trabalhadores seja posta em causa por falta de segurança nos locais de trabalho. Um permanente combate aos infractores e a quem, sem escrúpulos, continua a colocar em risco a vida dos trabalhadores deve ser uma prioridade.

Num tempo de retrocesso social e económico, onde a segurança e saúde no trabalho é considerada um custo e não um investimento, é altura de mudarmos de atitude face a este problema. A adopção da precariedade como característica generalizada do emprego e o ataque permanente aos direitos dos trabalhadores terão consequências na sinistralidade e na mortalidade ligadas ao trabalho.

Em Portugal, segundo os números revelados pela ACT, onde não contam as mortes ocorridas depois da ida aos hospitais, houve em 2011 e 2012, respectivamente, 161 e 149 acidentes de trabalho mortais. Aparentemente, a descida poderia ser considerada positiva (apesar de considerarmos que nada haverá de positivo enquanto houver uma morte por acidente de trabalho), mas fazendo uma leitura mais atenta, temos que ter em conta que, no mesmo período, faliram 4523 empresas em 2011 e 6281 em 2012 e foram destruídos mais de 202 mil postos de trabalho, tendo ainda presente a significativa quebra da actividade económica que ocorreu nestes anos.

Quanto às doenças profissionais e segundo um relatório divulgado recentemente pela OIT, estima-se que morrem seis vezes mais pessoas do que pelos acidentes de trabalho.

Ao contrário de outros países que começam a integrar e a estudar a integração dos problemas psicossociais no rol das doenças profissionais, o governo português, no seu típico desinteresse por tudo o que é humano e social, continua a assobiar para o lado, fingindo não ver que o resultado das suas políticas económicas e sociais produz resultados nefastos em matéria de saúde mental.

Lembramos que com a degradação progressiva das relações de trabalho, patente através da desvalorização do papel dos sindicatos e dos parceiros sociais, em geral, ou através da produção (esta sim, profícua) de legislação laboral que agrava profundamente os desequilíbrios estruturais em matéria de prevenção e segurança no trabalho; o ataque do governo e a desvalorização da acção da ACT, através de alterações legislativas que enfraquecem o seu poder de fiscalização e intervenção e da redução do orçamento para a prevenção e promoção das condições de trabalho, o governo diminui profundamente a capacidade de resposta da ACT aos muitos pedidos de inspecção, deteriorando ainda mais as condições de trabalho em Portugal.

É inaceitável a desvalorização do papel da ACT. Consideramos essencial a dignificação do papel dos Inspectores do Trabalho e o reforço dos meios administrativos e técnicos para o apoio à acção inspectiva.

De igual modo, chamamos a atenção para os atrasos que se verificam na ACT no que respeita à aprovação dos projectos na área da prevenção e promoção da segurança e saúde no trabalho, o que coloca em causa o trabalho desenvolvido na área da sensibilização e formação que os parceiros sociais, nomeadamente a CGTP-IN, desenvolvem por todo o país. Segundo os dados, a CGTP-IN é responsável pela eleição de 85% dos eleitos para representantes dos trabalhadores em SST e não aceitamos que este trabalho seja posto em causa pela falta de meios da ACT para aprovação em tempo útil das candidaturas.

A formação que desenvolvemos faz parte do nosso plano de prevenção em segurança e saúde no trabalho que todos consideramos essencial.

Apesar dos problemas existentes, muito foi até hoje alcançado, muitos progressos se fizeram e, por isso, a CGTP-IN tem a convicção de que a resolução dos problemas estruturais em matéria de prevenção e a inversão da tendência actual de degradação das condições de trabalho serão alcançadas pela luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e de trabalho. Nesse sentido, a CGTP-IN assinala este dia como o dia em que pode e deve renascer a esperança de uma nova visão sobre o problema. Uma visão humanista, humanizadora, democrática e que coloque o ser humano no centro da actividade política, económica e social.

Muito Obrigado.

28 abril 2013

Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho




Posição da CGTP-IN sobre o 28 de Abril


Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho
Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho


PREVENÇÃO EM TEMPO DE CRISE

No âmbito das comemorações do Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho e do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, a CGTP-IN assinala esta data com preocupação relativamente ao estado das relações de trabalho no nosso país e à desvalorização que o actual governo manifesta em tudo o que tem que ver com o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras que vivem e trabalham em Portugal.

Ao longo dos anos temos afirmado a necessidade de serem tomadas medidas efectivas de prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, mas continuamos com as mesmas lacunas de sempre. Um permanente combate aos infractores e a quem, sem escrúpulos, continua a colocar em risco a vida dos trabalhadores deve ser a prioridade.

Num tempo de retrocesso social e económico, onde a segurança e saúde no trabalho é considerada um custo e não um investimento, é altura de mudarmos de atitude face a este problema. A adopção da precariedade como característica generalizada do emprego e o ataque permanente aos direitos dos trabalhadores terão consequências na sinistralidade e na mortalidade ligadas ao trabalho.

Em Portugal, segundo os números revelados pela ACT, onde não contam as mortes ocorridas depois da ida aos hospitais, houve em 2011 e 2012, respectivamente, 161 e 149 acidentes de trabalho mortais. Aparentemente, a descida poderia ser considerada positiva, mas fazendo uma leitura mais atenta, temos que ter em conta que, no mesmo período, faliram 4523 empresas em 2011 e 6281 em 2012 e foram destruídos mais de 202 mil postos de trabalho, tendo ainda presente a significativa quebra da actividade económica que ocorreu nestes anos.

Portugal continua a ser o único país da zona euro a não dar qualquer tipo de tratamento aos problemas relacionados com as doenças profissionais e/ou com os diversos problemas de saúde relacionados com o trabalho. Foi, precisamente, há 10 anos, em 2003, o último ano de publicação, pelo Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais (CNPRP), de dados estatísticos sobre doenças profissionais. Nessa altura, o número de mortes anuais por doença profissional já suplantava o número de mortes por acidentes de trabalho. A falta de dados esconde uma realidade cada vez mais grave.
Segundo um relatório divulgado recentemente pela OIT, estima-se que, em consequência das doenças profissionais, morrem seis vezes mais pessoas do que pelos acidentes de trabalho.

Ao contrário de outros países que começam a integrar e a estudar a integração dos problemas psicossociais no rol das doenças profissionais, o governo português, no seu típico desinteresse por tudo o que é humano e social, continua a assobiar para o lado, fingindo não ver que o resultado das suas políticas económicas e sociais produz resultados nefastos em matéria de saúde mental.

Portugal é também, dos países da OCDE, o 4.º dos que mais recorre à precariedade laboral como forma de estabelecimento das relações de trabalho; apresentando-a como medida de combate ao desemprego, o governo mais não conseguiu do que destruir mais postos de trabalho. Como se sabe, a sinistralidade afecta muito mais os trabalhadores precários do que os trabalhadores com vínculo permanente. O aumento dos ritmos e cargas de trabalho em função da retirada de dias de férias e da eliminação de feriados terá também consequências ao nível da sinistralidade laboral e dos riscos psicossociais.

Não contente com a degradação progressiva das relações de trabalho, patente através da desvalorização do papel dos sindicatos e dos parceiros sociais, em geral, ou através da produção (esta sim, profícua) de legislação laboral que agrava profundamente os desequilíbrios estruturais em matéria de prevenção e segurança no trabalho, o governo ataca e desvaloriza a acção da ACT, através de alterações legislativas que enfraquecem o seu poder de fiscalização e intervenção.

Reduzindo o orçamento para a prevenção e promoção das condições de trabalho, o governo mais não fez do que diminuir profundamente a capacidade de resposta desta agência governamental. A resposta atempada da ACT aos muitos pedidos de inspecção é fundamental para não deixar deteriorar ainda mais as condições de trabalho em Portugal.

De igual modo, chamamos a atenção para os atrasos que se verificam na ACT no que respeita à aprovação dos projectos na área da prevenção e promoção da segurança e saúde no trabalho, o que coloca em causa o trabalho desenvolvido na área da sensibilização e formação que as Centrais sindicais e sindicatos promovem por todo o país. Segundo os dados, a CGTP-IN é responsável pela eleição de 85% dos eleitos para representantes dos trabalhadores em SST e não aceitamos que este trabalho seja posto em causa pela falta de meios da ACT para aprovação, em tempo útil, das candidaturas.

Se é verdade que até há algum tempo Portugal tinha realizado avanços enormes em matéria de prevenção, não é menos verdade que, nos últimos dois anos, os retrocessos foram enormes, resultado de uma visão política ultrapassada. É preciso ter presente que os custos para o Estado e para as empresas dos acidentes de trabalho são calculados em mais de 1,5 mil milhões de euros anuais.

A CGTP-IN tem, contudo, a convicção de que a resolução dos problemas estruturais em matéria de prevenção e a inversão da tendência actual de degradação das condições de trabalho serão travadas pela luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e de trabalho. Nesse sentido, a CGTP-IN assinala este dia como o dia em que pode e deve renascer a esperança de uma nova visão sobre o problema. Uma visão humanista, humanizadora, democrática e que coloque o ser humano no centro da actividade política, económica e social.

No sentido do que tem vindo a fazer de ano para ano, a CGTP-IN reafirma as seguintes reivindicações:

  • Fortalecimento da ACT, da sua componente inspectiva, dignificando o papel e funções dos inspectores, alargando o seu número e dotando-os dos meios adequados à execução do seu importante papel preventivo;
  • O reforço do papel da ACT, na componente da promoção das condições de SST, estabilizando o quadro técnico e dotando esta área de meios económicos e logísticos que proporcionem um trabalho estruturante no domínio da prevenção da sinistralidade laboral;
  • Realizar o adiado Inquérito às Condições de Trabalho em Portugal: Conhecer a realidade para depois melhor podermos intervir;
  • A publicação de um relatório sobre o resultado da estratégia nacional para a prevenção 2007-13, o qual, findando este ano, poderá fornecer indicações importantes sobre as lacunas estruturais em matéria de prevenção da sinistralidade;
  • Valorização do papel dos parceiros sociais, em particular dos sindicatos, assumindo a sua importância na denúncia e combate a práticas laborais que, para além de representarem uma ofensiva grave à dignidade do ser humano nos locais de trabalho, constituem, também, práticas danosas que em muitos aspectos prejudicam a imagem e a competitividade económica das nossas empresas;
  • Aprofundar a relação da Inspecção do Trabalho com o Ministério Público, no sentido de responsabilizar aqueles que, ilegalmente e imoralmente, continuam a violar os mais básicos direitos humanos nos locais de trabalho;
  • A reestruturação do sistema estatístico de acidentes de trabalho e de doenças profissionais e o efectivo rastreio das doenças profissionais;
  • Considerar os representantes dos trabalhadores para a SST como parceiros no combate à sinistralidade laboral e seus efeitos (sociais e económicos) e não como obstáculos à competitividade, essencial para que haja locais de trabalho seguros e saudáveis;
  • Valorização da contratação colectiva como instrumento essencial também na área da segurança e saúde no trabalho;
  • Revisão do actual processo de eleição dos Representantes dos Trabalhadores para a SST, agilizando-o e simplificando-o, de modo a que facilite a realização dos processos eleitorais.

Em Portugal, continuam a ser demasiado escassas as condenações judiciais por incumprimento das normas de segurança no trabalho que resultam em acidente grave ou mortal. Em Portugal, muitos dos actos culposos de incumprimento da lei, de que resultam graves danos para os trabalhadores, para a sociedade e para o país, continuam a ser alvo de práticas inspectivas e judiciais desculpabilizantes, por parte de quem tem a responsabilidade última de garantir aos trabalhadores que é possível ganhar o seu sustento em condições de segurança e saúde.

A prevenção é, antes de tudo, um dever moral para com o país. Façamos deste dia o ponto de partida para um trabalho mais digno, mais seguro e mais humano.

A prevenção é mesmo solução!

23 abril 2013

Reunião mensal do Conselho de Administração do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP)

 
Na reunião mensal do Conselho de Administração do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), onde debatemos a conta de gerência e o relatório de actividades.
 
A informação mensal do mercado de emprego, de fevereiro e março, estará também em discussão numa altura em que continua a aumentar o desemprego, 734 448 mil em Março de 2013 aumentando ao mesmo tempo o número de desempregados sem protecção no desemprego nem rendimento social de inserção (RSI).
 

16 abril 2013

Casa do Povo de Santo António das Areias organiza Festival Taurino de Beneficência


A Casa do Povo de Santo António das Areias vai organizar um Festival Taurino de Beneficência, no próximo dia 27 de Abril, sábado, que reverte a favor da construção do Lar de Idosos de Santo António das Areias.

O evento terá lugar na Praça de Toiros de Santo António das Areias, pelas 17 horas. Estarão em Praça os cavaleiros, Joaquim Bastinhas, Tito Semedo, Sónia Matias, Marcos Bastinhas Jr., Tiago Carreiras e Luís Rouxinol Jr.

Serão lidados 6 imponentes Toiros da Ganadaria Varela Crujo.

Disputam o Troféu da Casa do Povo de Santo António das Areias os Grupos de Forcados de Cascais, Portalegre e Monforte.

O Festival é abrilhantado por uma excelente banda de música.

Os bilhetes já estão à venda na Casa do Povo de Santo António das Areias que pode ser contactada através do telefone: 245 992 157

15 abril 2013

CGTP-IN debate situação social, económica e política em Portugal e na Europa com economistas

Sessão na CGTP-IN sobre a situação social, económica e política em Portugal e na Europa, com Carlos Carvalhas, Joel Hasse Ferreira e João Ferreira do Amaral.

Este debate decorre com os membros da Comissão Executiva da CGTP-IN e os técnicos que trabalham na Central nas áreas sociais e económicas. 

14 abril 2013

Porque hoje está um dia lindíssimo em Marvão...

Porque hoje está um dia lindíssimo em Marvão, aqui partilho algumas fotos do Castelo de Marvão, espaço que está a ser gerido, desde 28 de Março de 2013, pelo Centro Cultural de Marvão. Um espaço vivo, limpo, agradável à espera de todos os visitantes...

Capa do novo folheto sobre o Castelo de Marvão elaborado pelo Centro Cultural de Marvão

Fernando Gomes no Castelo de Marvão


Alentejo tendrás tiempo para todo

12 abril 2013

Carta aos 19% por Ricardo Araújo Pereira


Não resisto a publicar:

"Carta aos 19%

A tua necessidade de arranjar um emprego está muito acima das tuas possibilidades. É possível que a tua necessidade de comer também esteja

Ricardo Araújo Pereira
Quarta feira, 27 de Março de 2013 | 

Caro desempregado,

Em nome de Portugal, gostaria de agradecer o teu contributo para o sucesso económico do nosso país. Portugal tem tido um desempenho exemplar, e o ajustamento está a ser muito bem-sucedido, o que não seria possível sem a tua presença permanente na fila para o centro de emprego. Está a ser feito um enorme esforço para que Portugal recupere a confiança dos mercados e, pelos vistos, os mercados só confiam em Portugal se tu não puderes trabalhar. O teu desemprego, embora possa ser ligeiramente desagradável para ti, é medicinal para a nossa economia. Os investidores não apostam no nosso país se souberem que tu arranjaste emprego. Preferem emprestar dinheiro a pessoas desempregadas.

Antigamente, estávamos todos a viver acima das nossas possibilidades. Agora estamos só a viver, o que aparentemente continua a estar acima das nossas possibilidades. Começamos a perceber que as nossas necessidades estão acima das nossas possibilidades. A tua necessidade de arranjar um emprego está muito acima das tuas possibilidades. É possível que a tua necessidade de comer também esteja. Tens de pagar impostos acima das tuas possibilidades para poderes viver abaixo das tuas necessidades. Viver mal é caríssimo.

Não estás sozinho. O governo prepara-se para propor rescisões amigáveis a milhares de funcionários públicos. Vais ter companhia. Segundo o primeiro-ministro, as rescisões não são despedimentos, são janelas de oportunidade. O melhor é agasalhares-te bem, porque o governo tem aberto tantas janelas de oportunidade que se torna difícil evitar as correntes de ar de oportunidade. Há quem sinta a tentação de se abeirar de uma destas janelas de oportunidade e de se atirar cá para baixo. É mal pensado. Temos uma dívida enorme para pagar, e a melhor maneira de conseguir pagá-la é impedir que um quinto dos trabalhadores possa produzir. Aceita a tua função neste processo e não esperneies.

Tem calma. E não te preocupes. O teu desemprego está dentro das previsões do governo. Que diabo, isso tem de te tranquilizar de algum modo. Felizmente, a tua miséria não apanhou ninguém de surpresa, o que é excelente. A miséria previsível é a preferida de toda a gente. Repara como o governo te preparou para a crise. Se acontecer a Portugal o mesmo que ao Chipre, é deixá-los ir à tua conta bancária confiscar uma parcela dos teus depósitos. Já não tens lá nada para ser confiscado. Podes ficar tranquilo. E não tens nada que agradecer".

11 abril 2013

O BURACO DO PORTO DA ESPADA, MARVÃO (2)


O excesso de água nos solos poderá estar na origem do fenómeno geológico ocorrido na Aldeia do Porto da Espada, concelho de Marvão, dizem os "entendidos", que resultou na abertura de uma cratera com cerca de 100 metros de profundidade e 17 de diâmetro.

O que importa é que para além das Comidas D'Azeite o Porto da Espada passou também a ser conhecido pela cratera que ali apareceu... 

10 abril 2013

O BURACO DO PORTO DA ESPADA, MARVÃO (1)

O abatimento de terra ocorrido no Porto da Espada, concelho de Marvão, é já usado de forma satírica para atacar o governo. 

Na verdade, o buraco em que o PSD/CDS nos meteu é muito maior do que o do Porto da Espada...

06 abril 2013

Rádio Comercial | "O Menino deu à sola"

MUITO BOM!
O MENINO RELVAS DEU À SOLA
Miguel Relvas inspira Vasco Palmeirim na Rádio Comercial. Vale a pena ver....

05 abril 2013

CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ÁLVARO CUNHAL ASSINALADO PELA CGTP-IN


SESSÃO PÚBLICA DE APRESENTAÇÃO DAS INICIATIVAS A PROMOVER PELA CGTP-IN NO ÂMBITO DAS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ÁLVARO CUNHAL
Auditório da CGTP-IN
04 de Abril de 2013
18h00

Intervenção de Fernando Gomes
Membro do Secretariado e da Comissão Executiva da CGTP-IN
Departamento de Cultura e Tempos Livres


Muito boa tarde a todas e todos,

Em primeiro lugar, gostávamos de agradecer a presença de todos e todas nesta Sessão de apresentação das iniciativas a promover pela CGTP-IN no âmbito do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, activistas, delegados e dirigentes das estruturas sindicais aqui presentes, aos membros dos órgãos dirigentes da CGTP-IN e a todos os funcionários sindicais.

Agradecemos de forma especial a presença das personalidades, organizações e Partidos Políticos aqui presentes.

Permitam-me, no entanto, respeitando todos os outros, uma saudação especial ao Partido Comunista Português, partido ao qual Álvaro Cunhal dedicou toda a sua vida.

Na intervenção que fez por ocasião do 25.º aniversário da CGTP-IN, em 1995, neste mesmo espaço, Álvaro Cunhal começou por identificar as profundas mudanças políticas, económicas, sociais e culturais que ocorriam, a nível mundial, na última década do século XX, e alertava para o facto das alterações no sistema socioeconómico do capitalismo terem introduzido «[…] mudanças radicais na dinâmica das forças produtivas e na composição social das sociedades e das classes trabalhadoras.».

Como algumas das consequências destas mudanças, Cunhal apontava «[…] a desagregação do aparelho produtivo, a desindustrialização, a chamada “reconversão” e “modernização”, são liquidados milhares de postos de trabalho e mesmo o direito ao emprego, aumenta o desemprego, multiplicam-se os despedimentos sem justa causa, recusa-se a contratação colectiva, generalizam-se a precarização, a desregulamentação e a flexibilidade, impõe-se o aumento da jornada de trabalho, congelam-se os salários, negam-se salários mínimos, agravam-se as discriminações das mulheres e dos jovens e degradam-se a segurança social e serviços sociais da responsabilidade do Estado, nomeadamente da saúde, do ensino, da habitação, do ambiente.».

Dezoito anos passados, estas palavras mantêm-se, como sabemos, inquietantemente, actuais.
A actualidade do pensamento de Cunhal enquanto defensor incansável dos direitos dos trabalhadores, o empenho que dedicou ao estudo do sindicalismo, o seu labor enquanto intelectual que abordou a temática da sua vida, das suas dificuldades e da sua luta, mas também o combativo e corajoso antifascista, são razões mais do que suficientes para que a CGTP-IN, herdeira de um movimento operário e sindical com um percurso histórico tão meritório quanto aquele que temos o privilégio de representar, tenha decidido incluir no seu plano de actividades para 2013, ano em que se comemora o Centenário de Álvaro Cunhal, um conjunto de iniciativas que visam, precisamente, evocar a memória de um homem que dedicou a sua vida à causa dos trabalhadores.

Estas iniciativas passarão pela reedição da intervenção que Cunhal proferiu no 25.º aniversário da CGTP-IN, e que será publicada em Outubro próximo, mês em que a CGTP-IN celebra o seu 43.º aniversário (o exemplar que têm em mãos destina-se apenas à distribuição neste evento); e pela edição de um número especial do boletim CGTP Cultura, a ser publicado em Novembro/Dezembro.

Tendo em conta a natureza deste boletim, considerámos oportuno evocar a obra de Manuel Tiago. E, para o efeito, convidámos Domingos Lobo, poeta, ensaísta, escritor, colaborador regular do CGTP Cultura, para coordenar este número especial, desafiando um conjunto de autores a escreverem sobre alguns dos aspectos mais marcantes na obra artística e literária de Manuel Tiago.

Entre os autores convidados, contam-se: Augusto Baptista[1]; Francisco Duarte Mangas[2], Modesto Navarro[3]; Sérgio de Sousa[4]; Glória Marreiros[5]; Urbano Tavares Rodrigues[6]; José Colaço Barreiros[7]; o crítico de cinema Jorge Leitão Ramos[8]; Manuel Gusmão[9]; e Manuel Dias Duarte[10]. O Domingos Lobo[11] fará um enquadramento geral da sua produção literária. Aproveito, desde já, para agradecer a colaboração generosa especial do Domingos Lobo e dos restantes autores.
O boletim será ilustrado com imagens oriundas do arquivo da CGTP-IN e terá uma tiragem de 6000 exemplares (com disponibilização online).
Num momento de grandes dificuldades sentidas pelos trabalhadores e em que o desânimo, fomentado por uns, tolerado por outros, parece ocupar um lugar de destaque, concluo reforçando a actualidade da mensagem de Cunhal. Dizia ele que num quadro em que o capitalismo «[…] não só não resolve como agrava os grandes problemas dos trabalhadores e liquida direitos vitais que estes alcançaram com a luta, o movimento sindical, como movimento de classe, é mais necessário que nunca.» (p. 9).

Muito obrigado a todos e todas,



[1] Artigo intitulado A arte pictórica.
[2] Sobre o romance A casa de Eulália.
[3] Sobre o romance Até amanhã camaradas!
[4] Sobre o livro A estrela de sete pontas.
[5] Sobre os livros Os corrécios e Cela 3.
[6] Sobre a novela Cinco dias, cinco noites (a confirmar, dado o estado de saúde do autor).
[7] Sobre a tradução da peça Rei Lear.
[8] Sobre os filmes Até amanhã, camaradas! e Cinco dias, cinco noites (a confirmar).
[9] Artigo intitulado A estrutura romanesca em Manuel Tiago.
[10] Artigo intitulado O marxismo na obra literária de Manuel Tiago/Álvaro Cunhal.
[11] Artigo intitulado Álvaro Cunhal/Manuel Tiago – anotador dos dias.

04 abril 2013

Sessão pública de apresentação das iniciativas a promover pela CGTP-IN no âmbito das Comemorações do Centenário do Nascimento de Álvaro Cunhal


Álvaro Cunhal, personalidade incontornável na História contemporânea portuguesa, de acordo com a sua ideologia, defendeu os direitos dos trabalhadores, foi um intelectual que abordou a temática da sua vida, das suas dificuldades e da sua luta, estudou e abordou o sindicalismo e que foi um antifascista, será homenageado pela CGTP-IN.

Para além da sessão de hoje será reeditada em Outubro de 2013 a sua intervenção no âmbito do ciclo de debates comemorativos do 25.º aniversário desta Central. 

A obra do artista e do escritor Manuel Tiago/Álvaro Cunhal merecerá também a nossa atenção com a publicação especial de um CGTP Cultura.

01 abril 2013

SUSPENDER A DEMOCRACIA E ACABAR COM AS JOGADAS POLÍTICO PARTIDÁRIAS TEM O MESMO OBJECTIVO...

Há vários anos, quando era Presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite "desabafou" sobre a necessidade de suspender a democracia afirmando "Não sei se, a certa altura, não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois, então, venha a democracia" (18.11.2008).

Há poucos dias, a 27.03.2013, o seu muito amigo Cavaco Silva fez das suas e afirmou  a retórica inflamada e as jogadas político-partidárias não acrescentam um cêntimo à economia nacional nem criam empregos

A imagem da Presidência da República, prestigiada pelo desempenho dos anteriores Presidentes, é posta em causa com esta figura mesquinha, manipuladora e com tiques de ditador que é a figura menor que actualmente ocupa o cargo.

Este senhor, que deve velar pelo cumprimento da Constituição, deve julgar que a democracia se constrói com um único partido, sem ninguém a poder exercer o direito de contraditório, sem liberdade de expressão e de manifestação.

Alguém dos seus assessores diga a esta personagem que já não estamos em ditadura, que o povo está atento, não só para correr com este governo que está a destruir o país mas também para correr com ele se for necessário.

Afinal, um Presidente que permite a violação da Constituição pelo actual governo, que parece não se rever na democracia que temos e em que os partidos políticos tem um papel crucial, desrespeita a Constituição que jurou defender e fazer cumprir, deveria ser destituído. 

Se assim é, a nós trabalhadores e povo, para defendermos a Constituição e a democracia é melhor correr com Cavaco Silva.

Haja respeito! Pois com a legislação que tem promulgado é co-responsável pela destruição de milhares de postos de trabalho, pelo desemprego, pela pobreza, exclusão social e fome que afectam já, não milhares, mas milhões de cidadãos que vivem e trabalham em Portugal.


SUSPENDER A DEMOCRACIA E ACABAR COM AS JOGADAS POLÍTICO-PARTIDÁRIAS TEM O MESMO OBJECTIVO... CONDICIONAR O EXERCÍCIO DOS DIREITOS DAS PESSOAS E NO ÚLTIMO CASO, O DOS PARTIDOS POLÍTICOS.